Friday, April 29, 2011

“Último Romance” « Incerto lá, disserto cá…

Saí da cama pensando nas incertezas que cercam minha cabeça. Me vesti como quem veste a própria vida e de repente, me pus de frente ao fato de que minhas maiores incertezas são o que tenho de mais certo e concreto. E já diziam os filósofos que o espelho do nosso pai produz reflexos no espelho da nossa alma. A metade da minha laranja, de fato, abriga gomos da laranja do meu pai. Sabia! Ainda sei, e mais além, sinto. Sinto que não agora, mas sei também que não demora. Eu só vou se você for, se você não se for da minha vida. E é por isso que imploro que permaneças no meu dia-a-dia. Prenda minha liberdade na corrente que envolve seu pescoço, deixe que eu durma e acorde no seu coração. Eu levo o asfalto na nossa mala, levo essa cidade dentro de mim pra esse nosso ninho verde. Eu levo você. Já estou levando. Te carrego atrás dos olhos, camuflando o brilho que os adentraram no dia que você apareceu diante deles. Minto. No dia em que meu músculo ao lado esquerdo do peito o reconheceu como reflexo da minha alegria, corolário do meu sorriso.

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